O que você não vê define o Futuro: como aprender a enxergá-lo?
Nas trends invisibilidade não é ausência – é presença aguardando decodificação.
Sim, è verdade: este é um post mais longo que o habitual, mas prometo que vale cada minuto da sua leitura pois nele, compartilho os bastidores da metodologia Metatrends e revelo como identificar sinais invisíveis que prenunciam as grandes transformações. E ele é apenas o começo da nossa conversa sobre como o invisível molda o visível, pois, nas próximas semanas, essa teoria vai ganhar vida concreta na minha cobertura exclusiva do Salone del Mobile e Fuorisalone 2025.
Ali, entre pavilhões e instalações, vou revelar quais correntes subterrâneas estão emergindo, quais contradições comportamentais estão sendo resolvidas, e quais sinais fracos interconectados estão se tornando padrões reconhecíveis. Acompanhe para ver a arte da decodificação do invisível em ação – e talvez, aprender a enxergar o que outros ainda não conseguem ver.
Quantas decisões tomamos diariamente baseadas em forças invisíveis que sequer reconhecemos? Em um mundo saturado de informações visuais, poderia o verdadeiro poder residir precisamente naquilo que escapa aos nossos olhos?
E se aquilo que não conseguimos ver estiver, na verdade, definindo tudo o que somos?
Artwork from artist Lachlan Turczan from Google Design Studio
Algoritmos invisíveis determinam o que vemos em nossas redes sociais, influenciam nossas decisões de compra, e até mesmo escolhem potenciais parceiros românticos nos aplicativos de relacionamento.
Invisível e potente, vero? Mas este post não fala deles. Fala de algo ainda mais importante: aquilo que nos escapa, mas que molda nossos projetos e percepções de formas que nem sempre percebemos.
Sobre isso, uma visão bem filosófica, do nosso queridinho por aqui, o filósofo Byung-Chul Han. Ele argumenta que vivemos na "sociedade da transparência", onde a obsessão pelo visível imediato paradoxalmente nos cega para as estruturas profundas e afirma que "A transparência força tudo à superfície, eliminando a profundidade necessária para o verdadeiro entendimento", escreve ele em seu provocativo ensaio "A Sociedade da Transparência".
Saindo da filosofia, vimos algo incrível sobre isso acontecer no projeto "Algorithmic Shadows" apresentado na Ars Electronica 2024 . Visualizávamos estas forças invisíveis através de uma instalação interativa onde visitantes podiam literalmente "ver" como seus dados eram processados em tempo real, revelando padrões decisórios que normalmente permanecem ocultos. Mais de 70% dos participantes relataram surpresa ao descobrir como suas preferências estavam sendo moldadas por sistemas que nunca perceberam existir!!!
Pois è.
Artwork from artist Lachlan Turczan from Google Design Studio
Esta é a essência do invisível tornando-se visível: quando aquilo que secretamente nos define finalmente entra em nosso campo de consciência.
Quantas decisões tomamos diariamente baseadas em forças invisíveis que sequer reconhecemos? Em um mundo onde 90% das informações que processamos são visuais, poderia o verdadeiro poder residir precisamente naquilo que escapa aos nossos olhos?
Por isso afirmo, sempre que a invisibilidade não é ausência – é presença aguardando decodificação.
Na sociedade hipervisual que construímos, onde a imagem imediata se tornou moeda universal, perdemos gradualmente a capacidade de perceber as correntes subterrâneas que determinam os fluxos da superfície.
Como alertou Umberto Eco em sua análise sobre a "hiperrrealidade", vivemos em uma civilização onde a representação se tornou mais real que o próprio real, onde o superficial ofusca as verdadeiras estruturas que moldam nossa existência.
A hiperrealidade é um conceito filosófico que diz que as representações da realidade (imagens, signos e símbolos) se tornam indistinguíveis da realidade física pois a tecnologia e a mídia de massa criam um ambiente em que a linha entre o real e o simulado é obscurecida. Ex. rede social, cidades temáticas, árvore de Natal, etc
O Invisível como matéria-prima do futuro
O futuro se manifesta primeiro no invisível com sinais, intuições e fluxos sutis que, quando decodificados, revelam direções. Como Trend Analyst e Curadora de Conhecimento, meu trabalho é enxergar além da superfície – captar as Metatrends que moldam nosso amanhã.
Como faço isso? Bem, existem elementos do mundo que, se bem analisados, nos dão as pistas:
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