Quando o Egosistema vai virar Ecosistema?
O método da Teoria U responde essa temida pergunta. No projeto!
Você já parou para se perguntar por que alguns projetos fluem naturalmente enquanto outros parecem travados desde o início? Por que certas soluções emergem de forma quase mágica, mentre outras precisam ser forçadas até o último minuto?
Isso me incomodou durante anos, tanto nos meus projetos quanto nos dos meus colegas provavelmente porque sempre atribuí à inspiração, ao timing, à sorte. Mas Otto Scharmer me fez entender que existe uma mecânica muito mais profunda por trás desses momentos de breakthrough criativo e è esse segredo dele que eu vou te revelar aqui neste post.
Pega papel, caneta e um bom cafè que aqui vai ter profundidade!
Esse post è freschissimo, porque acabei de finalizar um livro de Otto Scharmer - Presence: Human Purpose and the Field of the Future - e imediatamente senti que algo havia se transformado na minha forma de ver o processo criativo.
Não é sempre que um livro te faz questionar décadas de prática profissional, mas ele conseguiu exatamente isso comigo. E quero te dar esta visão - muito necessária para os próximos anos da tua atuação profissional neste mundo em mutação!
Imagine um economista, filósofo, engenheiro e monge Zen discutindo apaixonadamente sobre inovação. Agora pegue-os, agite-os, junte-os novamente e retire apenas uma pessoa: você terá Otto Scharmer, professor da Sloan School of Management do MIT (Massachusetts Institute of Technology) que preside o programa IDEAS do MIT para inovação intersetorial e é autor de vários livros.
Foi neste livro que descobri sua famosa Teoria U - um método que literalmente desenha o caminho da transformação criativa.
Ma che genialità! A primeira vez que vi o diagrama (abaixo e vou explicar ele bem detalhado ao final deste post), pensei: "Ecco, isso è exatamente aquilo que acontece quando um projeto realmente funciona".
Com muita frequência, definimos metas que, na verdade, são respostas a sintomas e, com a Teoria U, mudamos o paradigma para buscar as causas-raiz de uma situação, alinhar nossa intenção a ela e gerar soluções inovadoras. Fazemos isso com a cabeça, o coração e o corpo!
Sabe aqueles momentos raros em que você desce fundo no problema, quase se perde na complexidade, e de repente a solução emerge de forma quase mágica? Scharmer mapeou exatamente esse processo!
O que me fascinou é como ele conseguiu dar nome e estrutura para algo que eu sempre senti intuitivamente nos meus melhores projetos…
Explico: quando trabalho numa análise de tendências, sempre passo por essa jornada: primeiro abandono minhas referências habituais, depois mergulho profundamente nos dados e contextos até chegar num ponto onde quase "não sei mais nada", e é exatamente aí que as conexões mais surpreendentes começam a aparecer.
Mas não funciona apenas para mim: no design e arquitetura, essa dinâmica do U se manifesta de forma ainda mais visceral.
Quantas vezes vi colegas (e eu mesma) tentando resolver um projeto complexo apenas com as ferramentas e soluções que já conhecemos? É como tentar descender pela lateral do U - você nunca chega no fundo, onde estão as possibilidades realmente transformadoras.
È frustrante quando isso acontece, porque você sente que existe algo mais potente ali, mas não consegue acessar.
A genialidade de Scharmer está em mostrar que esse "fundo do U" não é um buraco negro criativo - é o lugar onde nossa intuição mais refinada consegue operar.
É onde paramos de impor nossas ideias preconcebidas sobre o espaço e começamos a escutar o que ele realmente quer se tornar. Nos meus projetos mais bem-sucedidos, sempre houve esse momento de "letting go" completo, onde eu literalmente não sabia qual seria a próxima etapa, mas confiava que ela ia emergir.
O que mais me impressiona é como isso se conecta diretamente com o trabalho de trend analysis: quando conseguimos fazer essa descida profunda no U, saímos das tendências óbvias e acessamos aqueles sinais fracos que ainda estão emergindo no campo coletivo.
É a diferença entre reportar o que já está acontecendo e verdadeiramente antecipar o que está querendo nascer e, no design, é a diferença entre criar espaços que funcionam e criar espaços que transformam.
Como trend analyst, estou acostumada a captar sinais, identificar padrões emergentes, conectar pontos que aparentemente não se relacionam. Mas o que Scharmer apresenta vai muito além da análise de tendências - é uma completa revolução na forma como abordamos qualquer processo criativo, especialmente no design e arquitetura.
Por isso, vamos lá, è hora de descobrir como ele funciona para nós, designers e arquitetas. Continue a sua leitura!
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