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Avatar de Felipe Alcalde

Excelentes textos Fah, vou começar a mergulhar pelo seu mundo aqui. Com certeza serei um leitor assíduo. Tive o prazer de acompanhá-la em Milão neste ano pela Dexco. Dentre as várias conversas enriquecedoras, consegui alguns minutos de conversa a sós com a Carol enquanto caminhávamos por Brera. Na situação, discutimos muito sobre exatamente isso que a Rafaela mencionou. E me veio a dúvida de como atender as exigências do mercado e ao mesmo tempo criar espaços funcionais com responsabilidade. Confesso que é uma briga difícil. Foi quando a Carol mencionou a influência da arquitetura e do design na epigenética , e como somos responsáveis por mudanças e comportamentos tão importantes na vida das pessoas. Tenho estudado muito sobre isso desde então. Me fez refletir, como minhas decisões na prancheta impactam diretamente na saúde dos meus clientes.

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Avatar de Rafaela Schmitz

A arquitetura e o modo de viver tem um impacto enorme na vida de um indivíduo.

Como uma pessoa que morou 33 anos em Balneário Camboriú e trabalhou na house de uma incorporadora de luxo, muitas vezes lá em 2011 me questionei o porque as suítes das “crianças” ou as suítes Masters não tinha a possibilidade de, por exemplo, acessibilidade?

Imaginando no futuro, as portas estreitas que não passam uma cadeira de rodas ou um andador… Não que imagino um morador cadeirante, eu imagino as possibilidades do pode ou não acontecer…

Estamos vivendo mais, descobrindo novos caminhos, mas a arquitetura se faz conta do o mm do custo de uma porta de 90cm caia para 70cm… se em algum momento esse morador precisar temporariamente de uma cadeira de roda, ele não acessa o próprio banheiro…

Pisos polidos, frios, escorregadios… pessoas que assinam um termo com arquiteto sabendo que o polido não deve ser usado no box de banheiro, mas desejam pelo brilho e pela superfície lisa que erroneamente é escolhida por ser “mais fácil de limpar”.

Janelas cada vez menores, o vidro é caro, entrada de luz natura escassa…

Prédios que parecem poleiros de luxo, um grudado no outro… onde o projeto não pensa no futuro vizinho que diminui a circulação de ar, a incidência de luz natural…

Ai do dia para a noite as incorporadoras se dão conta que a população está envelhecendo, então criam prédios que só 50+ pode morar, e logo do lado já integrado uma torre que será comercializada apenas para clínicas, hospitais e profissionais da saúde… imagina agora… eu com 50 anos, morando em um prédio só de 50+ se eu precisar de ajuda faço o que? Ligo para o bombeiro… se eu quero conversar com pessoas alegres e com outras perspectivas preciso ir a um clube, pois minhas vizinhas já estão beirando a menopausa… todos com problemas semelhantes, afinal de contas para morar ali viemos de uma situação semelhante…

Ao invés de estimular eu imagino que meu sistema cognitivo vá morrendo ainda mais rápido pouco a pouco…

Hoje a mesma casa é habitado por crianças, pais e avós… a arquitetura nunca se preparou para esse momento…

Por isso gasta-se matéria prima para construir, desperdiça matéria prima pq tem que reformar… e no meio de tudo isso acontece a vida.

Projetos líquidos é uma boa perspectiva, mas já vejo eles muito mais gasosos como ideia de ideal…

Tão volátil e personalizável e mutável quanto o indivíduo pode ser ao longo da vida.

Adoro seus textos Fah! Eles sempre me fazem refletir bastante 🥰 muito obrigada por isso!

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